Direitos trabalhistas, LGBTQIA+, das mulheres e direitos humanos estão todos em risco nos EUA'

Para diretor-executivo do Instituto Internacional de Raça, Igualdade e Direitos Humanos, a decisão da Suprema Corte americana reflete seu conservadorismo e a atual polarização do país

Para Carlos Quesada, diretor-executivo do Instituto Internacional de Raça, Igualdade e Direitos Humanos, a decisão da Suprema Corte americana de declarar inconstitucionais os programas de admissão em universidades com base na cor da pele ou na origem étnica, reflete o conservadorismo da Corte, e a atual polarização dos Estados Unidos. Segundo ele, a decisão pode se estender a outros segmentos e colocar em risco diversos direitos do país: “A riqueza dos EUA é sua diversidade e a capacidade de reconhecer que alguns grupos étnicos foram historicamente afetados pela pobreza, violência e racismo”.

Quando e em que contexto foram criadas as ações afirmativas? Qual a sua importância para o país na reversão dos efeitos nocivos da segregação racial?

As políticas de ação afirmativa começaram com uma ordem executiva em 1961, quando o então presidente John Kennedy incluiu uma disposição para empreiteiros que prestavam serviços ao governo. A ideia era garantir o compromisso do governo com a igualdade de oportunidades para todas as pessoas, incluindo os negros. Anos depois, em 1965, o presidente Lyndon Johnson emitiu outra ordem executiva proibindo a discriminação no trabalho com base em raça, cor, religião e nacionalidade. Na década de 1960, as universidades começaram a usar políticas de ação afirmativa para permitir que minorias e mulheres ingressassem no ensino superior. Essas políticas moldaram o ensino superior nos Estados Unidos.

Mas, na década de 1970, muitos desafios legais criaram uma percepção negativa sobre essas políticas, que começaram a ser limitadas. Desde então, muitas universidades e estados as proibiram no ensino superior.

Os setores de admissões das universidades terão de se adaptar à nova decisão da Suprema Corte. Quais serão os efeitos imediatos no próximo ano letivo?

Muitas faculdades já não aplicam as políticas em vários estados, mas as universidades que fazem parte da Ivy League [grupo que reúne as oito universidades americanas mais prestigiadas], como Harvard, as adotam. O efeito mais imediato será nessas universidades. Isso levará a uma queda significativa nas matrículas de alunos de minorias, especialmente negros e latinos, não-brancos ou asiáticos. As universidades terão que criar um sistema de raça-neutra para oferecer mais oportunidades a negros e estudantes de minorias.

A decisão impediria totalmente as universidades de perseguir metas de diversidade semelhantes às ações afirmativas?

Os Estados Unidos de hoje não são os Estados Unidos de 1970, e há muitos estudantes de diversos backgrounds que vão chegar lá [conseguir entrar na universidade]. A decisão vai afetar os estudantes mais pobres [em contraste com negros e latinos].

Como as universidades manterão outras preferências não acadêmicas, como dar vantagem aos filhos de doadores e ex-alunos e a determinados tipos de atletas?

Isso não mudará necessariamente porque as universidades têm seus próprios órgãos e regras; e geralmente as bolsas de estudo para atletas são baseadas nos próprios interesses econômicos da universidade.

Biden disse que as universidades americanas “são mais fortes quando há diversidade racial” e vários estudos comprovam que a diversidade racial é positiva, inclusive, no desempenho dos alunos. Como essa medida pode afetar a comunidade acadêmica como um todo?

Mais uma vez, a mensagem está além da decisão. A mensagem é que a raça não deve ser considerada como um fator, o que infelizmente é muito negativo. Estudantes em bairros pobres que contavam com as políticas afirmativas para entrarem em faculdades de elite não chegarão lá. É importante mencionar que contrário ao aborto, essas políticas no ensino superior não são um tema em que é fácil decidir o que é certo e errado.

A decisão poderia se expandir além das faculdades e universidades em todo o país, por exemplo, levando os empregadores a repensar como consideram a questão na contratação?

Com certeza. A Corte está passando a mensagem de que todos são iguais, que todos tiveram as mesmas oportunidades e que não há problemas de discriminação racial no país. Mostra também o quão conservadora é a Suprema Corte e como a política a afeta. A riqueza dos EUA é sua diversidade e a capacidade de reconhecer que alguns grupos étnicos foram historicamente afetados pela pobreza, violência e racismo. Isso certamente abrirá as portas para futuros desafios aos programas de diversidade racial utilizados pelas empresas. É um dia triste para os EUA e para os americanos.

A decisão é mais uma medida recente da Suprema Corte dos EUA que reverte políticas progressistas históricas nos EUA. Como essa nova formação da Corte afeta essas políticas a longo prazo?

Ela mostra como o país está polarizado e como os políticos se aproveitam para influenciar decisões muito importantes. Está tudo em risco: os direitos LGBTQIA+, os direitos das mulheres, os direitos trabalhistas, os direitos humanos. Os EUA estão se tornando o que criticavam em outros países: um país onde os direitos humanos dos mais vulneráveis estão sendo retirados. Devemos esperar mais decisões como esta, infelizmente.

Estariamos assim caso o demônio tivesse se reelegido.

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é a terra da liberdade, galera

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Mas segundo a fã base do US aqui na BC, eles são uns anjos, os verdadeiros heróis do mundo

Heróis levando a “democracia” pro mundo e destruindo o próprio país.
Anjos na terra

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Kkkkkkkk isso tem admiradores aqui na BC? Kkkkkk

vc duvida kkkk experimenta ver os comentários de alguns tpcs sobre a Russia kkkk

É gay fã do US, fã de Claudia Leitte

Bolsonaro é norte, Bolsonaro é sudeste
Vai 17, vai 17

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Eles já tão querendo liberar trabalho infantil pra colocar em subemprego e preencher as vagas abertas

Já liberaram em vários estados né, isso já é praticamente comum

Um levantamento divulgado no fim de maio pelo Economic Policy Institute mostrou que, nos últimos dois anos, ao menos 14 dos 50 Estados americanos têm discutido — e oito deles já aprovaram — leis locais que reduzem barreiras para o trabalho infantil.

Os projetos de lei autorizam, por exemplo, o emprego de crianças de 14 anos em turnos noturnos de 6 horas e em trabalhos pesados, como os de lavanderias industriais. Adolescentes de 16 anos passam a poder ser admitidos em atividades consideradas de riscos ou fisicamente exigentes, como demolições ou frigoríficos —, ou ainda servir álcool em bares (embora seja ilegal beber antes dos 21 no país).

Esperando algum país levar democracia pra esse cu de mundo

o país “livre” que ama toda sua população

racismo? não existe. homofobia? não existe. trabalho infantil? não existe. Leis? Mais justas não existem.

eita lugar perfeito pra se viver

lixos

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Cade as divas pop de la se pronunciando?

Terra da liberdade até pra quem odeia minorias e a própria democracia…

A armadilha. Vou ficar calado sobre uma

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Mas sem zoação pra nenhuma, isso afeta muito forte a comunidade LGBT de lá, elas precisam falar algo, msm que nao adiante de nada

Se vc critica o racismo,vc que é o Racista

Caraca, que demora pra esse pikachu digitar