Em uma tentativa de dar ao mundo um verdadeiro álbum de rap de grande sucesso, o rapper de Houston oferece um espetáculo brilhante e vazio, carregado de superestrelas pop que raramente causam impacto.
Apesar de todo o seu poder estelar ofuscante, cada momento em UTOPIA deve parecer sísmico, ou pelo menos impactante. Pense na fantasia melódica de Quavo em “Oh My Dis Side”, ou na brisa gelada de Nav em “Beibs in the Trap”, ou mesmo nos versos de “Sicko Mode” de Drake, que foram basicamente implantados em seu cérebro permanentemente após uma audição. Agora, sem eles, tudo o que ele tem para se sustentar é a produção. No entanto, mesmo isso é tão seguro. Ele dilui os sons de ponta do passado e, no processo, achata sua sulista a ponto de sentir que veio do nada.
Para crédito de Travis, o rap também precisa de sucessos de bilheteria. Mas também seria bom ter um evento monocultural bebedor de água, uma peça de conversa sobre a qual você pode conversar com qualquer pessoa, em qualquer lugar. Precisamos daqueles álbuns que acabem com todo o medo generalizado de que o rap está em uma espiral descendente só porque está lutando para conseguir o hit número 1 este ano, álbuns de rap que se tornam tão onipresentes na cultura pop que quando você olha para trás naquele momento em sua vida será inextricável.
Já existem menos momentos assim na arte em geral, mas para chegar lá não basta o espetáculo vazio de UTOPIA. Você quer algo para se agarrar além disso, uma ideia, um sentimento, honestidade. Você quer música com uma visão que possa fazer você sentir que seu mundo, ou o mundo, é diferente, mesmo que por um momento.